Fala gente!
Eu sou o Orgumn, Editor do LoL Esports BR, e aqui eu abro um espaço de discussão sobre a KaBuM no MSI 2018 e as campanhas internacionais do Brasil. Minha ideia aqui é pegar a opinião de vocês e trazer alguns dos nossos especialistas para trocarem uma ideia sobre, quem sabe entender um pouco melhor porque quase sempre tomamos fumo quando saímos do CBLoL e ganhamos o mundo.
O @River fez um artigo levantando alguns pensamentos que ele teve quando a KaBuM disse adeus ao MSI 2018. E esse papo claramente não é de agora, quando a INTZ caiu no Mundial de 2016, o @LeonButcher também levantou algumas opiniões tanto sobre o time quanto o cenário competitivo.
Além disso tudo, é frequente escutar nossos comentaristas, como o @tSchaeppi, tecendo diversos comentários sobre como o Brasil como região tem evoluído (ou não...) no cenário competitivo mundial.
É com esse mundaréu de opinião, informação e frustração que acho importante conversarmos. Essa galera toda que linkei aparecerá aqui no tópico para falar o que pensa e responder algumas dúvidas que vocês possuem. Então mandem bala: o que vocês acham da campanha da KaBuM? E o que falta para o Brasil "chegar lá"?
Fiz uma postagem aqui nesse forúm, em que fiz uma busca para saber: quantas partidas os grandes times no exterior jogam, e quantas o Brasil joga dentro dos seus respectivos campeonatos.
Embora possa existir uma discussão acerca da qualidade dos jogos, que não foi o meu foco, a conclusão óbvia foi que os times mundo afora são divididos em 2 grandes grupos:
- Os que disputam até 3x, 4x ou até 5x mais partidas de liga que nós: China, Korea, + vários outros (incluindo regiões vistas como "mais fracas" no seu contexto total).
- Os que disputam uma quantidade aproximada que nós: LCS NA* e EU. (novo formato)
Os times que jogam uma quantidade de jogos aproximados costumam jogar pelo produto: MD1, jogos agendados. Entretanto, esses países são fortes economicamente, equipes renomadas no cenário de e-sports. Consequentemente com esse poder eles conseguem atrair gente qualificada com investimento, coisa que nós não conseguimos competir, somos embrionários.
O ponto do meu questionamento é: embora N fatores contribuam pra melhoria de uma região, a diferença gritante de partidas jogadas dentro das ligas em comparação ao CBLoL não pode freiar nossa evolução como região? O que a equipe de competições pensa disso?
“É tudo ligado as scrims. Se o Brasil fosse mais sério e praticasse mais, ele criaria sua própria força. Quando eu estava no Brasil, eu sempre queria scrimar mais”, revela Olleh.
Sei la guys, vendo o Brasil sempre tomando um sacode internacional, enquanto outras regiões crescem e evoluem, me pergunto se oq o Olleh disse não continua acontecendo até hoje, eu creio que sim. Não penso que a derrota da Kabum seja só culpa dos jogadores e comissão, e sim do cenário em geral. Pra mim, as organizações deveriam cobrar muito mais de seus contratados, principalmente em matéria de disciplina e treino. E aqueles que não se esfoçarem o suficiente, que sejam kickados, mesmo sendo considerados "talentos" e que sejam endeusados. Muito melhor ter um cara não tão bom, mas que tenha fome de evoluir, do que um "talento" estagnado. E não falo só de jogadores, mas todos aqueles envolvidos para o sucesso de uma equipe.
Então seria preciso aqueles que torcem, cobrarem muito mais das organizações uma postura mais séria, nd vai mudar só dando hate nos jogadores, até pq mtos deles já devem estar bem confortaveis sendo apenas campeões do cblol. E meio que essa conformidade, imagino que contamine tbm os novos, vide o curioso caso team one.
- Ah, mas o importante é ganhar o cblol e pegar mais exp. internacional né?
Eu não consigo acreditar que a Riot simplesmente não tenha parte disso.
Bootcamp, SoloQs, Scrims, Dedicação, Investimento em Coreanos, Reservas. Tudo isso foi já foi usado como argumento para melhora do nosso cenário. E sinceramente, não me parece que nenhuma dessas alternativas seja a solução.
Basta se basear no CS, onde os campeonatos são frequentes, a troca de expêriencias é constante, e não existe hegemonia. Nenhum time ou região domina, e ainda há a real possilibidade de um time desconhecido ser campeão num torneio principal.
Aí eu me pergunto, qual a dificuldade da Riot em dobrar o gasto com hospedagens, passagens, custos em geral dos participantes? É tão impossível assim organizar um mundial com 32 times? E acabar com esse sistema falho de fase de entrada?
Essa é uma discussão complicada, mas eu vejo como certo relaxo dos times. Reclamam pra caramba que a soloq é ruim e tals como se os jogadores tivessem a obrigação de dar tudo de si em um jogo, enquanto eles estão recebendo por aquilo, os players de soloq só estão buscando diversão no jogo, não da pra esperar que eles estejam 100% comprometidos com a partida. Até porque o beneficio hoje por se empenhar em soloq é mínimo, tem pouco interesse das equipes em recrutar esse tipo de jogador, o cara tem que subir, achar outra galera interessada, montar time pra disputar os torneios de acesso e quem sabe um dia alguma organização ofereça estrutura pra que aquele time possa evoluir.
E se eles consideram tão ruim a soloq deviam investir mais tempo em scrim aumentando os blocos por dia, mas ao contrário disso sempre temos informações de times que cancelam elas em cima da hora e etc.
Dai o camp acaba, os únicos time que se mantém interessados em treino são os que tem competição internacional ou relegation pra jogar, os que estão na metade da tabela ficam conformados e é isso, férias é melhor.
Ou seja, reclamam de tudo, mas a parte deles muitos não cumprem, e isso não está nem um pouco relacionado a falta de verba ou algo do tipo, os últimos 2 campeões brasileiros vieram do CD e não precisaram de bootcamp fora ou gh de luxo pra isso.
Obviamente não podemos (enquanto Rioters) abrir diversas coisas como gastos, recursos e etc, mas discordo quanto a somente isso ser a raiz do problema.
Com certeza investimento entra (e muito) na equação, mas como utilizar, onde investir, qual infraestrutura aplicar e outras palavras chave é que são realmente a questão. A América do Norte é um dos cenários mais ricos que temos, e no ano passado quase foram eliminados pela Marines na Fase de Entrada (e terminaram a Fase de Grupos em penúltimo com 4-7 no placar, uma vitória a mais que a Marines). Será que as equipes realmente sabiam como gastar esse investimento todo?
Acredito que, neste ano, o movimento das franquias na LCS NA ajudou muito a dar segurança para um cenário que já é bem maduro (diferente do nosso, que ainda está em fase de amadurecimento), além de atrair diversas pessoas que são empreendedoras e administradoras de companhias multinacionais e equipes de esportes tradicionais já muito bem estabelecidas, e isso traz consigo uma visão de negócio muito mais apelativa e que gera segurança para todos investirem e melhorarem o cenário cada vez mais.
Enfim, no Brasil ainda estamos um pouco longe desta realidade que vive uma região como a América do Norte. Precisamos de investimentos nos lugares certos e da maneira correta. Pessoas com visão de negócios e gestão de pessoas. É uma crítica direta e indireta a todos os envolvidos no cenário (não tiro o nosso da jogada), de Riot a organizações, de staff a jogadores, de torcida a imprensa. Precisamos trabalhar juntos para identificar melhor quais são os problemas e começarmos a agir.
E só um PS: amo de paixão o cenário de CS:GO, e para eles funciona muito bem esse modelo descentralizado (majors e minors, a Valve atua de maneira mais indireta) de competição, o que permite mais confronto entres as equipes mais conhecidas, mas também gera um problema de sustentabilidade para equipes menores. Fora isso, no Brasil o nosso cenário ainda batalha para realmente alcançar um lugar de destaque - antes que falem da Luminosity ou da SK Gaming, essas duas são organizações estrangeiras com jogadores brasileiros, eles não atuam no Brasil e, portanto, não compartilham as dificuldades atuais do cenário brasileiro. É como se a Vivo Keyd disputasse a LCS EU, não é um time brasileiro, é um elenco brasileiro. Não tenho dúvida que, dado certo tempo, um time de brasileiros pudesse jogar pau a pau com os gringos nas outras ligas, pois talento nós temos bastante. A questão é que isso não vai acontecer, e portanto temos que encontrar uma maneira de melhorar o nosso cenário regionalmente.
Cara, é uma discussão bastante polemica. Podemos levantar diversos pontos, desde questões dentro do nosso campeonato até execução dos treinos.
CAMPEONATO
* O formato de MD3 proporcionou mudanças visíveis, pois o jogo apresentado pela Kabum foi o mais consistente (a questão do empate geralmente omitia esse ponto).
TREINOS
* Foi relatado com alguns tecnicos que as as scrims nem sempre surtiam o resultado esperado, sendo assim tempo desperdiçado (quando o early não rodava do jeito que a equipe desejava, o tempo do treino era perdido).
INVESTIMENTO
* Em diversas threads dos jogadores (um exemplo foi o Tockers/Brokenshard), foi relatado que diversas equipes não possuem poderío financeiro para fazer contratações de grande porte e nem bancar treinos no exterior (o bootcamp da Keyd está sendo financiado em parte pelos próprios players).
PREPARAÇÃO PARA COMPETIÇÕES INTERNACIONAIS.
* Sempre o CBLOL é uma das primeiras ligas a terminar, então as equipes, com apoio da RIOT, poderiam realizar treinamentos no exterior para o campeonato (a Dire Wolves, por exemplo, viajou bem antes para a Inglaterra para se preparar).
Agora uma questão que proponho é: vamos fazer uma comparação do Brasil com a região do Vietnã. O que eles estão fazendo de tão diferente que nos 2 ultimos anos eles passaram a ser a grande potência emergente (Marines e agora a EVOS). Ao meu ver, creio que seja questão de estilo próprio. O Brasil não tem um estilo de jogo próprio e consolidado se comparado ao Vietnã que é fazer o jogo ser caótico e acelarado, mas coordenado.
Além disso, a mentalidade do brasileiro, pensando em questão de dedicação sempre será menor de países como Coreia e China.
Acho que a melhora deve passar pelos seguintes pontos
1) Mais investimento nas equipes (com apoio da RIOT Brasileira em ajudar na busca de patrocínio e etc)
2) Organização das equipes para aproveitarem melhor os treinos
3) Preparação antecipada para competições internacionais (viagem com antecedência, marcação de scrims com equipes de fora e etc).
4) Criação de um meta/identidade próprio (claro que sempre valerá a questão do estudo das maiores ligas, porém, porque não podemos criar um jeito de jogar nosso, sem querer comparar com o futebol mas somos conhecidos como o país da criatividade então porque não aplicamos ela no jogo).
Acho que este problema, e muitos outros no Brasil atual, é uma coletividade, é o treino ineficaz dos times, a falta de tempo pra se preparar para um campeonato grande como o MSI, é a influência negativa dos torcedores que não dão segurança pros jogadores irel lá e darem seu melhor sem abrir o Twitter e ter 200 tweets de xingamento. Acredito que nós enquanto região ja descemos do pedestal e nos colocamos no nosso lugar, não somos mais a região mais forte e nem jogamos mais com isso na cabeça.
Acho que os formatos dos campeonatos internacionais também precisam ser repensados, é muita pouca margem para erro na maior oportunidade que um time pode ter no ano. Mas pra isso é preciso repensar todo um calendário. Gostaria de fazer uma pergunta pra vocês da Riot se existe algum debate interno de se repensar o calendário anual para as competições terem uma maior duração e consequentemente mais competitividade?
Eu vejo muito uma valorização das ligas regionais em detrimento dos campeonatos internacionais, é complicado pra um time jogar um split todo e ter 1 semana e meia pra treinar e jogar o que pode ser seu campeonato mais importante do ano, MSI ou Mundial. Nessa semana que os times tem, o resto dos times param pois estão de férias e o patch muda com novas prioridades de picks e bans.
Bom, eu gostaria de colocar em discurssão um assunto que no início não faz sentido mas se continuarem lendo isso com certeza fará. No brasil uma empresa de óculos chamada Chilli Beans, vem crescendo na disputa internacional de mercado cada vez mais e um dos motivos é bem simplório.
O local onde se lança as maiores tendências de óculos são em Milão e Paris, já faz 17 anos que o dono da empresa, Caito Maia, não deixa a equipe de desing da empresa ir à Paris ou Milão para estudar essas tendências. Ele prefere que sua equipe tente criar uma indentidade própria, desde que não fuja muito da normalidade, afinal todos sabem qual é a aparência óculos e como se deve usá-lo.
Isso é uma analogia sobre o meta e de como se jogar League of Legends, o que tem a ver com a Kabum ir bem ou não internacionalmente.
Esses dias eu vi stramers/jogadores/comunidade falando de como as equipes de fora são favorecidas pela localização geográfica, como a Coreia do Sul e Europa impactam tanto no cenário internacional. Não deixa de ser um fato, mas isso não impediu que nós terminasemos a competição na 2° colocação.
Outro fator é condição financeira que prejudica e muito as equipes na hora contratar pessoas mais experientes e melhorar a estrutura de trabalho. Mas o que se pode fazer se não podemos mudar nossa localização geográfica e não temos investimento tão grande quanto as demais equipes? É como eu citei no início do texto, podemos tentar um estilo próprio de jogar, não fugindo do que o meta do jogo impõe.
Quanto ao investimento financeiro não vejo outra saida senão a Riot, Equipes, Jogadores e comunidade fazerem algum tipo de campanha para que grandes marcas compreedam que o Brasil pode representar bem suas marcas nas disputas internacionais.
Posso estar errado mas é isto que penso, sonho um dia podermos mostrar tudo que somos capazes de mostrar pro mundo a fora. Obrigado a todos que leram até aqui, bye!
Olá pessoal, vi algumas suposições e opiniões sobre o porque os times BR não performam tão bem em cenário internacional e bem, vou tentar deixar um breve apanhando da minha visão aqui, já aproveitando pra mandar a divulgação, terça que vem, dia 15/05 irie a publicar um Podcast, o www.podcaster.net.br com 6 convidados entre técnicos jogadores e etc, para falar desse assunto a fundo.
Mas por enquanto vamos por aqui:
- Não existe um motivo único, isso é fato. Tudo isso é oriundo de uma série de fatores e não existe um grande vilão para apontar.
- Sobre a questão de trazer coreanos para o Brasil e etc, para melhor nosso nível, como eu sempre falei, isso funciona até um certo momento, até uma certa curva de aprendizado, após isso, a presensa por si só não influencia pois ele não joga sozinho, LoL é um jogo MUITO dependente de equipe e diferente do que muitos podem achar, o coreano não vai ganhar solo, pelo contrrio, muitas vezes vemos que na hora que aperta, ao redor do mundo, os coreanos que estão em times extrangeiros tentam resolver sozinhos e SEMPRE da ruim.
- Muito se fala sobre a necessidade de precisar treinar com regiões "majors" para evoluir. Não vou negar que ajuda, pois ajuda sim, é semrpe bom você aprender com quem é melhor do que você. Mas esse não é o único jeito. Até porque, para o aprendizado funcionar, precisa de vontade e esforço de quem quer aprender, não adianta você treinar com o faker todo dia se você não vai treinar o tanto que ele treina, se aplicar o tanto que ele se aplica e ter a rotina que ele tem. Não digo que tem q ser igual, mas achar q treinar metade da hora que ele treina e jogar 4 jogos contra ele na semana vai fazer o time melhorar, desculpa mas n vai ser assim.
- Um ponto importante ao meu ver é parte de investimento, mas não falo so da Riot, ela faz muito bem sua parte, pois não existe só a premiação, existe a ajuda mensal a times e jogadores, exposição na liga e outros subsidios. Mas de investimento externo. Estamos no Brasil, infelizmente o mercado não igual ao internacional que injetam milhões no eSport e com isso é gerado uma cadeia de alto rendimento e alta COBRANÇA por parte de investidores, e donos de time. Afinal os investimentos cobrem todos os aspectos para um time evoluir e não tem "desculpas" de faltar estrutura ou qualquer coisa para os jogadores. Esse seria um ponto mais complexo e profundo para ser debatido, mas pode pesar bastante.
Enfim tem MUITA coisa que influencia direta ou indiretamente nessa atuação, e tem muita coisa ainda pra ser mudada.
Desculpa se tiver erro de português, aqui o corretor n ta ativando e eu escrevi muito xD