Saudações, galera! Espero que estejam bem! ^-^
Antes de tudo, feliz Dia da Mulher a todas que fazem parte de nossa comunidade e as de suas famílias!
Hoje é um dia muito importante em que refletimos e celebramos nossas conquistas por direitos, nossa força e grandeza em tudo o que fazemos, inclusive no mundo dos games, onde temos crescido e somos peças chaves para seu sucesso!
Apesar de ainda termos muito o que conquistar, de acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB) de 2020, nós mulheres representamos 53,8% de todo o público gamer! Sim, mais da metade! \o/ E aqui nós jogamos, assistimos, streamamos, criamos conteúdo, ensinamos, competimos, estudamos, trabalhamos, desenvolvemos..! ❤️
Inspirada nisso e no dia de hoje, trago a vocês um pouquinho sobre algumas mulheres que trabalham para a Riot BR, e que com seus trabalhos tornam possível todos os jogos da Riot literalmente existirem e são grandes inspirações nesse universo (e em outros)!
Espero que gostem de conhecer um pouco sobre essas mulheres incríveis e seus trabalhos! Lembrem-se de que tudo é possível e vocês podem sim alcançar seus sonhos pessoais e profissionais! ❤️
Nome: Ana Paula Gagliardi - Zelda!
Idade: 27 (quaaase 28!)
Campeões favoritos: Neeko é minha preferida da VIDA, mas minhas Campeã com maior maestria (mais de 400k cada) são Lux, Anivia e Ahri ❤️
Nome: Barbara Brogelli
Idade: 32
Campeões favoritos: Morgana, Lux, Nami, Cassiopeia, Heimer, Varus, Malzahar, Xayah...
Flash no D ou no F? F é de Flash!!!!!!! | Vandal ou Phantom? Acho que Phantom, mas eu sou muito ruim no Vava 😞
Jogos favoritos: tirando os da Riot (meu LoLzinho sempre no topo), God of War, Death Stranding, Hades, World of Warcraft, Diablo III, Undertale, Pokémon (todas as gerações), Borderlands, Heavy Rain, The Wolf Among Us, Crash Bandicoot, Life is Strange, To the Moon
Passiva: Arco-íris - seu cabelo colorido nunca desbotará
Ocupação: Localization Producer! Atualmente, meu foco é a dublagem de todos os nossos produtos!
Twitter: @marsx
Qual é sua história com a Riot e como chegou até aqui? O que você faz?
Comecei a trabalhar aos 18 anos e passei por muitas áreas diferentes. Meu primeiro emprego foi em um consultório oftalmológico como digitadora. Depois, fui atendente bilíngue na TAM, onde desenvolvi muito meu inglês. Na faculdade, fiz Ciências Sociais e trabalhei por um ano como pesquisadora. Mas sempre fui apaixonada por escrever e queria uma carreira diretamente ligada a isso. Então, resolvi fazer uma pós-graduação em Jornalismo, que parecia o caminho mais óbvio. Na época, não tinha percebido que a tradução era a opção perfeita.
Entrei no mercado de jogos em 2014 como tradutora freelancer numa empresa especializada em localização de games. Na época, eu era agente de viagens, mas o trabalho não tinha nada a ver com as minhas aspirações e aptidões. No início, fiquei insegura, pois como tradutora eu não teria nenhum vínculo empregatício. Então, mantive meu emprego e traduzia só no tempo livre. Começaram a me oferecer bastante trabalho, e eu acabava recusando alguns por causa do emprego “normal”. Não demorei muito a perceber que aquela área era perfeita pra mim, então decidi fazer essa aposta. Pedi demissão no outro emprego e passei a me dedicar 100% à tradução de jogos. Desde então, eu não me arrependi dessa decisão nem por um segundo.
Em 5 anos como tradutora, colaborei em muitos projetos de vários gêneros: ação, aventura, MMORPG, puzzles, shooters... Trabalhei com títulos pra celular, PC e principalmente PlayStation 4 e Xbox One. Muitos dos grandes lançamentos dessa época tiveram minha participação, mas em respeito ao contrato de confidencialidade, não posso revelar os jogos específicos. Como tradutora, tive muito contato direto com o material dos jogos, acesso a muitas informações extremamente confidenciais até anos antes do lançamento. Então, esse tipo de contrato é bem rígido, mesmo muito tempo depois.
Em 2018, ainda atuei como intérprete na BGS. Por dois dias, trabalhei ao lado do Cory Barlog, o diretor criativo de God of War. No último dia do evento, fui intérprete do Bjergsen, jogador profissional de LoL que foi homenageado e entrevistado no palco da Twitch. Foi uma experiência inédita e muito desafiadora pra uma pessoa insegura como eu. Como tradutora, você acaba ficando muito nos bastidores, mas como intérprete você vai direto pros holofotes em cima de um palco e na frente de uma plateia. Passei mal de ansiedade todo dia no evento, mas deu tudo certo no fim, e foi um passo muito importante pra me dar mais confiança.
No início de 2019, fiquei sabendo de uma vaga para Editora de Localização na Keywords Studios, outra grande empresa de localização de jogos. Como a vaga era fixa, resolvi tentar. Trabalhar como freelancer tem seus pontos positivos, mas depois de alguns anos, faz falta ter uma rotina, horários e salário estáveis. Eu trabalhava o dia inteiro, todo dia, no Natal, Carnaval e por aí vai, virando muitas noites. Além disso, trabalhar em casa era um sonho no começo, mas depois o isolamento começa a te afetar (agora na pandemia voltei pro home office, mas é por uma boa causa!).
Até então, eu não sabia com quais jogos eu trabalharia. Aí chegou o e-mail dizendo que a vaga era pra trabalhar com a Riot Games. Eu sou apaixonada por LoL e jogo praticamente todo dia desde 2013. Tenho bonequinho, camiseta, meu wallpaper é de LoL há anos, enfim, vocês devem imaginar a minha reação quando recebi o e-mail. Me enviaram um teste de tradução bem extenso e complexo que eu devia entregar no dia seguinte. Como precisei trabalhar normalmente ao longo do dia, virei a noite fazendo o teste e fiquei revisando até o horário de entrega, ao meio-dia. Conquistar essa vaga seria muito importante pra mim, e mesmo com anos de experiência na área, sempre tem uma vozinha na cabeça dizendo que é quase impossível.
Uma semana depois, veio o retorno: “Parabéns, você passou no teste!”. Fiquei relendo aquelas palavras e não sabia se chorava, se ria, se pulava ou se gritava. Depois disso, ainda tive uma entrevista no próprio escritório da Riot (só de pisar lá naquele dia já foi um sonho). Eu estava um poço de ansiedade. Achei que tinha passado vergonha, falado alguma besteira, parecido nervosa demais... lembro que até imitei a coreografia de POP/STARS do K/DA no meio da entrevista (quando perguntaram se eu acompanhava o conteúdo da Riot em outras mídias). Depois, ainda fiz uma entrevista em inglês pelo Skype. Me deram o retorno no mesmo dia por telefone e lembro palavras até hoje: "Você passou, teve o OK de todo mundo, todo mundo gostou de você".
Então, me tornei Editora de Localização de todos os jogos da Riot. Quando fui contratada, eu só sabia do LoL, aí descobri BEM mais projetos no forno e pude cuidar da localização deles do zero! Este ano, me tornei Produtora de Localização. Hoje meu foco principal é a dublagem! Foram 2 anos de MUITO trabalho, MUITO aprendizado, muita gente nova e maravilhosa, e MUITOS sonhos realizados também. Jogar o seu LoLzinho diário, que te acompanhou por tantos anos, e ver que você escreveu aquele texto na tela, que você criou aquela fala do Campeão, isso não tem preço que pague.
Traduzir vai muito além da tarefa mecânica que um Google Tradutor poderia fazer. Você precisa exercitar sua criatividade o tempo todo, e isso é essencial ao trabalhar com jogos. Não é simplesmente como um manual técnico que deve ser traduzido à risca, palavra por palavra. Temos que adaptar o texto pra cultura local, principalmente quando tem piadas, trocadilhos e referências que se perderiam numa tradução literal. É isso que chamamos de localização.
Jogos são um produto complexo, combinam tradução técnica, tradução literária, dublagem, legendas, todo tipo de especialização. Cada jogo tem um universo, uma temática e um vocabulário próprio. Precisamos entender não só de inglês e português, mas também de ciência, esportes, história, geografia, cinema... QUALQUER tema pode estar presente em um jogo, e a pesquisa é nossa maior aliada. Nós temos a grande responsabilidade de transmitir não só informações, mas emoções, referências, humor. Isso exige um envolvimento profundo com o conteúdo, garantindo que o público não só compreenda, mas que curta de verdade a experiência no seu idioma e cultura. E eu tenho muito orgulho de fazer parte disso!
Como é sua conexão com os jogos e como descobriu esse mundo?
Na infância, eu não tinha videogame, então jogava na casa da minha “amiga rica” da escola. Ela tinha um Super Nintendo e eu sempre ia à casa dela depois da aula pra jogar Mario. Alguns anos depois, eu e meu irmão ganhamos um PlayStation 1 de Natal, mas quase todos os nossos jogos eram demo, e a gente não sabia direito como funcionava. A gente fazia de tudo pra passar de fase e não sabia onde estava errando! Não existia internet, então demorou um tempão pra descobrir que aqueles jogos eram só versões demonstrativas.
Não era fácil ser gamer naquela época: todo o conhecimento era no boca a boca ou comprando revistas especializadas nas bancas. Além disso, nem sempre (ou quase nunca) a revista teria a informação que você procurava. Com a internet, o acesso e a comunicação com outros jogadores ficou infinitamente mais fácil. Era bem mais complicado encontrar amigos com os mesmos gostos que você, pois tudo ficava restrito ao “mundo real”, ou seja, sua escola e seu bairro. E mesmo entre crianças, o machismo já dava as caras. Eu era excluída por ser menina, e isso era bem claro pra mim. Era “normal” os meninos gostarem de videogame, quadrinhos e animes. Principalmente nessa época (anos 90), tudo isso era “coisa de menino”. Eu compartilhar desses interesses era “estranho”. Assim, eu era ridicularizada pelas meninas, que tinham outros interesses, e rejeitada pelos meninos, que achavam que eu invadia o espaço “deles”.
Geralmente, eu só participava como um anexo do meu irmão e nunca era levada a sério. Quando Pokémon virou febre, meu irmão ganhou um GameBoy com o Pokémon Yellow, mas não existia a função de salvar mais de um arquivo. Então, sempre que ele cedia aos meus apelos pra jogar, eu tinha que iniciar um novo jogo sem salvar por cima do dele, e o meu progresso nunca era registrado. No meu aniversário de 13 anos, minha mãe me presenteou com meu próprio GameBoy e o jogo Pokémon Crystal. Era uma versão pirata e toda cheia de bugs, mas foi um dos dias mais felizes da minha vida. Por coincidência, foi o primeiro da série com a opção de escolher uma protagonista feminina! Acho que foi a primeira vez que me senti reconhecida como parte da comunidade.
Já com internet, comecei a acessar salas de bate-papo e fóruns sobre jogos e animes. Isso realmente mudou a minha vida e me fez conhecer pessoas com quem eu me identificava. Fiz muitas amizades, inclusive com várias garotas também. 20 anos depois, esses vínculos se mantêm até hoje, e eles são o meu principal grupo de amigos. Já fui a formaturas, casamentos e até chás de bebê, tudo de pessoas que conheci por meio dos meus “gostos estranhos”. Inclusive, conheci meu namorado numa guild de World of Warcraft. Ele morava em Rondônia e eu em São Paulo, jogamos juntos por muito tempo. Hoje, namoramos há quase 5 anos e moramos juntos! Então, além da minha vida profissional, os jogos foram muito importantes na minha vida pessoal também!
Qual seu recado para a comunidade nesse dia das mulheres?
Tratem as pessoas como você gostaria que te tratassem. Já estamos em 2021 e muitas mulheres ainda têm medo de revelar seu gênero enquanto jogam. Eu mesma já fingi ser homem enquanto jogava, e toda vez que isso aconteceu eu me senti corroída por dentro, como se aceitasse e me resignasse ao machismo, ao meu não pertencimento. É muito triste ter que negar minha identidade, e sei de muitas garotas que já fizeram o mesmo. Portanto, a presença real de mulheres na comunidade fica apagada, escondida, intimidada pelo machismo. Mas, em alguns dias, você não tem forças para lutar, discutir e se impor. Só quer passar despercebida. Vamos acolher mais, respeitar mais. Jogos são pra todas as pessoas e, quanto mais diversidade, mais rica é a experiência pra todo mundo!
Gostaram? Comentem aqui o que acharam e se gostariam de saber de mais coisas como essas! Também nos conte: Quais outras mulheres te inspiram? ❤️
E lembrem-se: não importa quantas pessoas te digam que "não pode", ou que este "não é o seu lugar". Todo lugar é seu e você pode mudar quantas vezes quiser. Nossa comunidade é repleta de mulheres fortes e incríveis, e com elas aprendemos todos os dias a seguir nosso próprio caminho e nossos sonhos!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA ❤️
Esse tópico = tudo pra mim 😍
Ahhhhh que tópico lindo perfeito, parabéns à todas vocês!!
Tópico maravilhoso escrito por uma mulher maravilhosa! Parabéns à todas ❤️
Muito feliz por trampar aqui e AMEI esse tópico @Nicerina UwU S2! As montagens ficaram lindassss
Fico feliz que tenham gostado!! ❤️ ❤️ ❤️
Fiz com todo o carinho e amei saber um pouco sobre a história de vocês e poder compartilhar!! ❤️
Oie, aqui é a Barbara ❤️ só vim te agradecer pela iniciativa e pelo carinho ao fazer o tópico! As imagens ficaram MARAVILHOSAS! E desculpa pelo textão nas respostas HUAHUAUHAHUA como mencionei no início, eu sempre amei escrever e às vezes empolgo 👀