O texto é grande. Leia quem quiser.
A galera tá debatendo uns temas muito delicados no fórum e tratando eles de qualquer jeito, vou dar minha opinião sobre isso.
Não quero causar nenhuma confusão e nem ofender ninguém, apenas esclarecer alguns fatos e dar a minha opinião.
Mas antes, vale ressaltar que o país está passando por uma época muito complicada e dicotômica, ódio jogado contra a esquerda, ódio jogado contra a direita. Um país melhor não se faz com ódio. Parem de partidarizar as pessoas sem conhecer todos os posicionamentos dela.
Ninguém é obrigado a acreditar/aceitar/gostar do que eu vou falar aqui, quero só opinar.
Falar sobre questões de minorias sem fazer parte delas é complicado. Você pode ter uma ideia do que eles passam, mas senti na pele é bem pior. Não levanto bandeira de nenhum movimento, tenho minhas convicções e minhas próprias opiniões, mas algo é fato: as pessoas são hipócritas. Então é irreal dizer que um militante de movimento “X” segue a risca seu movimento, é um anjo inocente e esse tipo de coisa. Não, existe muita hipocrisia dentro dos movimentos e ela deve ser rechaçada e combatida. Por ultimo, ninguém, NINGUÉM, é obrigado a concordar com o que eu digo. Usem a sua “Liberdade de expressão” a gosto.
Antes disso, quero falar sobre a diferença entre Machismo, Femismo e Feminismo.
Com isso dito, começarei. O movimento feminista é muito complicado. Nos últimos anos, a vertente do RadFem ( as feministas radicais) ganharam muito espaço na mídia e deram origem a grande parte do conteúdo que as pessoas conhecem sobre “Feministas sem noção” (Eu, particularmente, não concordo com as ações e posicionamentos do RadFem). O RadFem muitas vezes beira ao Femismo e se perdeu completamente na luta pelos direitos. Qualquer tipo de vertente radical é equivocada.
O LibFem já é o feminismo mais de boa. Claro, como tudo, tem seus defeitos, mas é, pra mim, a melhor opção pra quem procura conhecer o movimento feminista. Elas pregam a igualdade, dizem que homens e mulheres devem lutar juntos pelos seus direitos e acreditam que a igualdade vai chegar lentamente com reformas nas leis. Elas, por exemplo, tem um projeto que quer permitir que mulheres possam se alistar no exercito e tirar a obrigatoriedade dos homens precisarem se alistar. Os dois ganham, ta vendo?
Segundo a Comissão Paramentar Mista de Inquérito sobre Violência contra a Mulher, o feminicídio se define da seguinte forma: “O feminicídio é a instância última de controle da mulher pelo homem: o controle da vida e da morte. Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como subjugação da intimidade e da sexualidade da mulher, por meio da violência sexual associada ao assassinato; como destruição da identidade da mulher, pela mutilação ou desfiguração de seu corpo; como aviltamento da dignidade da mulher, submetendo-a a tortura ou a tratamento cruel ou degradante.”,
Outra definição é dada pelo site http://www.agenciapatriciagalvao.org.br: Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro.
Ou seja, o feminicídio não é simplesmente a morte de uma mulher pelas mãos de um homem, isso fica muito claro no que está escrito ai.
Essa proteção só acontece por conta dos altos índices de violência contra a mulher. Segundo o Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil( realizado em conjunto por: Flacso; OPAS-OMS; ONU Mulheres; SPM-2015), entre 83 países, o brasil é o QUINTO a matar mais mulheres. QUINTO.
Voto a dizer, uma vida é uma vida, mas quando a situação chega a níveis alarmantes como esses eu, conhecendo o que sei, não vou só olhar alguém digitar uma frase como essa sem oferecer nenhum embasamento.
Eu não tenho, e tenho certeza que você também não. A questão em si não é a ofensa, mas o que existe por trás dela. Quando alguém te chamar de “Hetero de merda”, por exemplo, qual a história por trás disso? Quantos caras sofreram por serem heteros (ok, pode até ter acontecido, mas é uma exceção e um baita de um caso isolado). Enquanto isso, chamar uma mulher de “**cogumelo do teemo**” ou um cara de “**cogumelo do teemo**” tem todo um contexto por trás. Não é somente um xingamento isolado, é algo que existe a muito tempo e perdura na sociedade. É algo que, diferentemente de ser chamado de “hetero de merda” afeta a vida da pessoa.
A mesma coisa ocorre pro “racismo inverso”. Mas você pode me dizer: “Ai, os negros eram escravizados por outros negros, por que isso não é racismo também?” Simples: Eles eram escravos por outros motivos! Eram presos em guerras, de etnias diferentes etc. Já para os europeus, o simples fato de a pessoa ser negra já era motivo suficiente para escraviza-lo. É uma enorme diferença.
Espero que você tenha entendido o meu ponto. Preferi não usar nenhuma citação/link nesse aqui, quis ser mais direto e claro.
O Brasil é o país que mais mata LGBTQ+ (essa é a sigla certa, ok? Mas vai de cada um usar ne?!). Segundo um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia(GGB), em 2017 foram mortos 445 LGBTQ’s simplesmente por serem tal. Eles morreram por serem gays. Pode dizer o que quiser, mas não pode ignorar o fato de que eles morreram por serem quem são. Quando falamos de mortes relacionadas á crimes, por exemplo, cerca de 60 MIL pessoas foram vítimas de mortes violentas no brasil em 2016 (https://oglobo.globo.com/brasil/brasil-registrou-maior-numero-de-mortes-violentas-nos-ultimos-10-ano...). Mas elas morreram ao acaso, mortes violentas, na maioria dos casos, não são premeditadas e não possuem um motivo muito definido. Essas 60 mil pessoas morreram por conta de um estado incompetente e uma segurança púbica falha, não por serem gays ou lésbicas.
Ok cansei de escrever, então vou finalizar isso:
Valps
>O Brasil é o país que mais mata LGBTQ+
O Brasil só é o país que mais mata LGBTQWERTYUIOPASDFGHJKLÇZXCVBNM+ porque dos países grandes é o que mais mata qualquer tipo de gente, lógico que em número vai ser o maior, agora em taxa, duvido muito.
>Segundo um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia(GGB), em 2017 foram mortos 445 LGBTQ’s simplesmente por serem tal. Eles morreram por serem gays. Pode dizer o que quiser, mas não pode ignorar o fato de que eles morreram por serem quem são.
É óbvio que um "estudo" feito pelo "grupo gay da bahia" vai ser biased pro lado deles, assim como um estudo feito por um grupo chamado "grupo anti-gays da bahia" iria falar que não ocorreu nenhuma morte apenas pela pessoa ser gay.
Se vc quiser fazer um post a respeito dos debates, use fontes neutras.
"O Brasil só é o país que mais mata ...porque dos países grandes é o que mais mata qualquer tipo de gente".
"É óbvio que um "estudo" feito pelo "grupo gay da bahia" vai ser biased pro lado deles, assim como um estudo feito por um grupo chamado "grupo anti-gays da bahia" iria falar que não ocorreu nenhuma morte apenas pela pessoa ser gay."
E já que você gosta de pedir fonte, qual o embasamento que você teve ao fazer esse comentário? Nada de caso isolado, mas algo que prove que pesquisas feitos por grupos específicos sobre assuntos de seus interesses tendem a pender mais para o lado deles e menos para um fato veridico.
Porque, nesse caso, você falou do Grupo Gay da Bahia. Mas, por exemplo, o Atlas da Violência 2018, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Uma fundação pública federal, isto é, vinculada ao governo), apontou que , no Brasil, mais de 60 mil pessoas são assassinadas por ano. Esse índice não é nada bom/atrativo para um país e muito menos para o seu governo. Então, pelo fato de o Ipea ser do governo, esses dados são duvidosos?
Acho que não.